quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Escrevo para desocupar-me


Eu escreveria qualquer coisa e diria que é pra sempre. Ta aí um negócio que me confunde e irrita ao mesmo tempo, por que tudo tem que ser pra sempre? Se não for eterno não serve? Desculpe, mas então eu não sirvo pra você. Não que eu seja pela metade, mas sou muitas coisas ao mesmo tempo e sou coisas incompletas, inconstantes e variáveis. Entende? Caso não entenda, não tem problema algum. Queria parar de exigir, queria ser como essas guriazinhas que não pensam onde vão dormir pra elas sair de casa basta. Não sou assim, não consigo ser. Preciso ter tudo planejado, preciso arquitetar e ter o tal plano B, C, D, E, F... Por precaução levo o alfabeto todo. Preciso de segurança e gosto de aventura. Preciso de equilíbrio e exagero em tudo. Vem, não pergunta nada, mas me garanta que vai dar tudo certo, segura a minha mão e não solta nunca mais, me abrace forte. Eu digo que não, mas me conheces melhor que ninguém para saber que eu quero dizer sim. Mil vezes que sim. Eu sou assim, sou a que escreve sem sequer olhar as palavras, me concentro no teclado, nas letras soltas e acho mágico quando olho as palavras formadas no monitor. Lindo isso! Por que eu escrevo? Ora, só pode ser para expelir esse vulcão em erupção aqui dentro de mim. Escrevo por que as idéias fazem amontoados nãoseideque dentro da minha cabeça, preciso pôr pra fora para poder respirar e pensar novamente. Preciso preciso preciso. Minha vida é esse ciclo e quando consigo perde a graça. Será que isso acontece com todos? Alguém me explica, alguém me decifre. Imagino cenas, minha mente é um castelinho de sonhos, aqui dentro tudo é fantasia... Outro dia na rodoviária voltando para casa, imaginei pegar aquele ônibus do outro Box e cair nos braços de alguém. Por que não fui? Porque preciso de tudo arquitetado, lembra? Eu deveria ter ido, deveria ter embarcado e provado sorrisos com alguns desesperos lá em casa. Mas isso faz diferença? Agora não, mas poderia ter feito.


Beeijos da Fran!


3 comentários:

  1. Divinoooooo. Amei o texto. Nada realmente deve ser eterno.


    abraços

    Hugo

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  2. Você escreve extremamente bem, adoro vir aqui e ler seus textos! Ás vezes eu também tenho que ter tudo arquitetado, planejado, mais outras vezes eu deixo tudo acontecer naturalmente, surpresas, aventuras, aquele sentimento de adrenalina são bons, nos fazem sentir mais vivos do que nunca.

    Beijos

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